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CRÍTICA: Homem-Aranha Longe de Casa (fake, bagunça & spoilers!)

Homem-Aranha Longe de Casa

Antes de iniciar, preciso explicar o uso do termo spoilers no título deste texto: sim, como você já deve ter imaginado, a crítica abaixo está lotada de importantes revelações de Homem-Aranha: Longe de Casa. Logo, siga por sua conta e risco!

Quanto às outras duas palavras, fake e bagunça, bem, aí a explicação é um pouco mais complexa.

Homem-Aranha: Longe de Casa e as Fake News

Sobretudo, no que compete à primeira. Afinal, a tal falsidade pode ser empregada tanto na expectativa gerada pelos trailers do filme, como também, pela maneira assertiva como o roteiro usa o contexto atual das Fake News para desenvolver importantes escaladas da trama.

Ao mesmo tempo que, também é aplicado ao ilustrar a inocência do personagem principal Peter Parker – novamente interpretado de forma genial por Tom Holland – em falas como “se deu no jornal, é por que é verdade”.

O Cabeça de Teia com MJ

Pautas contemporâneas no Universo Marvel

Quanto ao primeiro ponto – o uso das Fake News em pontos-chave do roteiro – bem, nada mais é que a Marvel sendo a Marvel. Isso porquê, desde as suas primeiras décadas de existência, a editora introduz com brilhantismo em suas histórias importantes movimentos e discussões que estão sendo pautados pela sociedade.

Como exemplo, podemos citar a apresentação de T’Challa no mesmo ano em que surgiu o Partido dos Panteras Negras nos EUA, o nascimento dos X-Men durante o ápice da contracultura, e, a criação de Carol Danvers – agora, Capitã Marvel – no auge da segunda onda do movimento feminista em 1968.

Logo, as várias referências ao fenômeno das Fake News em Homem-Aranha: Longe de Casa nada mais é que a Marvel levando para as telonas – através do universo de super-heróis – um tema que merecia um pouco mais de atenção da nossa parte.

Sobretudo, pelas consequências inerentes às tais notícias e conteúdos falsos. No próprio filme, em seu desfecho, a divulgação de uma fake news – por J. J. Jameson, novamente interpretado pelo memorável J. K. Simmons depois de 12 anos – revela a identidade secreta do Homem-Aranha colocando não só a sua vida em risco. Como também, de sua tia e amigos da escola.

Além disso, em Longe de Casa a tal privacidade digital também serve de subtexto. Principalmente, ao ser ridiculamente (leia-se, totalmente verossímil) usada por Peter Parker para encontrar os seus amigos no terceiro ato da trama.

Queremos mais Mysterio!

E por falar em desfecho do filme, cara, precisamos destacar as cenas de ação de Homem-Aranha 2. Afinal, os confrontos do Aranha com o Mysterio são IMPRESSIONANTES. De tal forma que, na minha opinião, a primeira luta dos dois já está entre as melhores cenas de ação de todo o Universo Cinematográfico Marvel.

Inclusive, ao fazer uma combinação absolutamente chapante de ilusões em sequenciais que superam – e muito – o que vimos em Dr. Estranho.

Mysterio

Sobre o Mysterio, muito bem interpretado por Jake Gyllenhaal, só podemos dizer que o Marvel Studios nos apresentou um dos melhores vilões dos filmes solo da franquia.

E sim, OBVIAMENTE ele é um inimigo do Homem-Aranha. Embora, os trailers tenham tentado nos vender uma ideia diferente. Assim como, tentaram plantar nas nossas mentes que o dispensável, na minha opinião Multiverso seria introduzido no MCU.

A conclusão da Fase 3 do MCU

Sinceramente, sai da sala de cinema muito satisfeito com Homem-Aranha: Longe de Casa. E também, entendendo o porquê dele encerrar a Fase 3 da franquia.

Afinal, o “fim” serve de background não só para o pós-Ultimato, mas também, para o Homem de Ferro através de várias referências que remetem diretamente ao surgimento do herói. Ao mesmo tempo que, consolida um legado que será – eventualmente de forma distorcida e/ou compartilhada – assumida por Peter Parker.

Sem dúvida, é um dos melhores filmes do herói. E parte disso deve-se ao fato de ser o seu longa solo mais enraizado no MCU.

Pois, mesmo com a roupagem de Vivendo a Vida Adoidado misturada com uma comédia romântica, a trama está devidamente contextualizada e é extremamente funcional para o universo heroico a qual pertence.

Algo que, ganha muito peso ao avaliarmos que, além da sutil referência ao Quarteto Fantástico em sua primeira cena pós-créditos, também pode, porque não, abrir precedente para a introdução do Demolidor. Quiçá, da Mulher Hulk – na sua sequência.

Afinal, a combinação envolvendo identidade revelada + denúncias criminais podem levar Parker a precisar de um bom advogado…

Homem-Aranha em Londres

O futuro enigmático da Marvel no cinema

Quanto a segunda cena pós-créditos, bem, aqui é o que eu chamei de bagunça. Isso porquê, Homem-Aranha: Longe de Casa pode – ou não – ter entregue as primeiras pistas sobre o que será a Fase 4 do MCU por meio de um quadro quase que 100% em branco.

Invasão Secreta? Operação Tempestade Galáctica? Ou, o Reinado Sombrio (quero muito!) no cinema?

Difícil apostar em uma destas sagas agora. Mas, a certeza que fica imediatamente após a revelação de que, na verdade, o Nick Fury (Samuel L. Jackson) era o líder Skrull Talos, é que o Marvel Studios adora nos enganar. Ou melhor, bagunçar nossos neurônios e frustrar teorias infalíveis.

Isso porquê, a sua maior premissa é subverter as nossas expectativas entregando algo que, na maioria das vezes é melhor – e porque não, lógico – do que esperávamos.

Que venha a Fase 4! E que venham novas “frustrações” recompensadoras como Homem-Aranha: Longe de Casa!

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