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CRÍTICA: Liga da Justiça (crise de identidade?)

Liga da Justiça

Certamente, ao ler o título desse post, você deve ter ficado intrigado com o que chamamos de “crise de identidade”. Afinal, qual relação esse termo pode ter com o primeiro filme da Liga da Justiça? Bem, diferentes interpretações podem levar cada leitor à diferentes perguntas. Veja as respostas para as três questões mais evidentes:

1ª – “Crise de identidade” por causa de alguma relação do longa com a saga das HQ’s de 2004, escrita por Brad Meltzer? Não, nenhuma relação.

2ª – “Crise de identidade” por que o site fala exclusivamente dos filmes e séries da Marvel? Talvez, dependendo do ponto de vista. Embora a Central Vingadores seja sim dedicada ao nosso (amado!) universo Marvel nas telonas, não poderíamos deixar de falar desse super lançamento. Afinal, por mais fãs xiitas que sejamos da Casa das Ideias, logicamente já fomos, ou somos, admiradores do universo DC.

3ª – “Crise de identidade” por que Liga da Justiça é mais parecida com Vingadores do que com Batman vs Superman? Bem, para quem fez esse questionamento ao ler o título do post, parabéns! É sobre ele que vamos falar na sequência.

Liga da Justiça: Zack Snyder vs Joss Whedon

Vamos começar pelo contexto dessa produção. Inicialmente dirigida por Zack Snyder, responsável pela construção do possível Universo DC nos cinemas à partir dos irregulares (porém, corajosos!) Homem de Aço (2013) e Batman vs Superman (2016), o filme teve que ser assumido tardiamente por Joss Whedon (Os Vingadores e Vingadores: Era de Ultron). Isso porquê, Snyder afastou-se da direção devido à problemas familiares. Aproveitando-se dessa troca de comando, a Warner Bros demandou uma série de ajustes no filme originalmente feito por Snyder. Inclusive, essas alterações teriam obrigado Whedon à refilmar cerca de 20% do material original – faltando menos de três meses para a prometida data de estréia.

Sabemos bem que ambos os diretores tem estilos bem diferentes. Enquanto Snyder é extravagante por natureza, priorizando tanto o visual de seus trabalhos quanto o “peso” das cenas de ação, Whedon prima pelo argumento, em especial, no que compete ao desenvolvimento dos personagens. E em certos momentos, isso fica muito evidente em Liga da Justiça, criando assim, o que chamamos de “crise de identidade”. Se outrora tínhamos heróis mais sisudos, prontos para a porradaria, e por vezes, incapazes de interagir com outros personagens, em Liga da Justiça acontece justamente o contrário.

“Sombrio” ou “colorido”?

Um grande exemplo disso é o Batman de Ben Affleck. Pois em certos momentos de Liga da Justiça, ele parece mais um tiozão piadista. Muito diferente do Bruce Wayne frio dos longas anteriores. Essa inconsistência que mencionamos acima é também perceptível na edição do longa. Pois a forma como as sequências de ação, dirigidas outrora por Snyder, são encaixadas junto às cenas de interação entre os protagonistas, produzidas por Whedon, evidenciam a relativa esquizofrenia do filme. Não que isso seja um grande problema, mas, naturalmente gera um certo desconforto aos cinéfilos e espectadores mais atentos.

Poster Liga da Justiça

Como já difundido anteriormente, Liga da Justiça passa sim por uma certa “marvelização”. Pois nunca vimos tantas piadas em uma produção da DC. Ao ponto de superar, inclusive, a bomba chamada Esquadrão Suicida. Infelizmente, boa parte desses momentos cômicos não funcionam, pois parecem nitidamente fora de contexto. Exceção talvez ao Flash de Ezra Miller, que mesmo caricato demais em algumas cenas, consegue ilustrar essa nova roupagem da DC nos cinemas. Isso pode ser associado também à figura do truculento Aquaman de Jason Momoa. Os dois, aliados ao Superman (Henry Cavill), são os grandes destaques da equipe.

Superman triunfa!

Aliás, por falar em Superman, finalmente o herói foi apresentado de maneira digna nos cinemas. Pois Liga da Justiça nos traz àquele símbolo imponente que permeia o imaginário da cultura pop. Os questionamentos morais que foram exacerbadamente abordados nos dois longas anteriores dão lugar a um Superman seguro e pronto para assumir a liderança da equipe em um futuro próximo.

E por falar em equipe, é justamente nela, e na interação desses diferentes heróis, que residem os grandes acertos do Liga da Justiça. A humanização dos mesmos, certamente adotada a partir da finalização do filme pelas mãos de Joss Whedon, garantem um saldo muito positivo.

Gal Gadot segue dona de um carisma irresistível nas telas com a sua Mulher Maravilha, e Cyborg (Ray Fisher), embora fora de tom em alguns momentos, mostra que tem potencial para ser melhor desenvolvido nos futuros filmes do universo DC. Sob a ótica da “marvelização”, o vilão Lobo da Estepe (feito em um CGI discutível…) é um dos grandes pontos fracos da história. Pois apresenta uma única função: evidenciar a equipe a partir da mera condição de um vilão genérico, sem grandes motivações e facilmente descartável.

Avaliação final!

O filme ilustra bem a confusão pela qual a Warner Bros passa quando a pauta é o “universo cinematográfico da DC”. Não que eles devam construir algo similar ao MCU. Porém, a falta de planejamento, e a insegurança que rumores envolvendo projetos como filmes solos de vilões e personagens solos secundários como o Shazam passam para o grande público, podem sim prejudicar a jornada da DC nas telonas.

A grande questão disso tudo é identidade. Algo ainda não encontrado pela DC nos seus longas. Uma pena, afinal, trata-se de um universo riquíssimo e com potencial para criar histórias épicas. Apesar de todos esses pontos que abordamos, que fique registrado: Liga da Justiça é legal pacas!

Ah, e tem duas cenas pós-créditos! A segunda, é bem no finalzinho dos créditos, mas vale muito a pena aguardar pois é surpreendente!

Liga da Justiça estréia nos cinemas brasileiros no dia 16 de novembro.

Central Vingadores esteve na sessão especial de Liga da Justiça à convite da Espaço Z e Warner BrosAgradecemos a parceria!

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