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Por que é ERRADO descartar a Capitã Marvel de Brie Larson?

Reclamar da Capitã Marvel de Brie Larson é um GRANDE ERRO

Embora tenha reduzido um pouco nos últimos dias, é fato que a Capitã Marvel de Brie Larson vem gerando mais polêmicas do que devia. Afinal, a repercussão envolvendo declarações, atitudes e, até mesmo o papel da personagem em Vingadores Ultimato, tem provocado conflitos junto à comunidades de fãs dos filmes da Marvel e, acredite se quiser, nas opiniões ásperas de influenciadores “de ocasião”.

Sobretudo, pelo fato de Larson ser, declaradamente, feminista e à favor da diversidade.

Quanto a esses pontos, de boa, não vou entrar muito no mérito.

Simplesmente porque não me interessa se o profissional defende causa A, B ou C. E também, estou pouco me importando se ele (a) é ou não a celebridade “mais gente fina do ano”.

Até porquê, se você se incomoda com o ativismo deflagrado da intérprete da Carol Danvers, talvez seja uma boa ideia procurar por declarações do Capitão América Chris Evans sobre Donald Trump e o Partido Republicano dos EUA…

Enfim, o que eu quero dizer é que acredito que essas discussões são secundárias quando tratamos de filmes. Ou melhor, de entretenimento.

Afinal, opiniões sempre podem variar de acordo com a conveniência. Principalmente no que compete ao instável contexto sócio-político no qual estamos vivendo…

Brie Larson na coletiva de lançamento do Ultimato

O papel da Capitã Marvel no Ultimato

Então, e as críticas envolvendo o papel de Carol Danvers em Vingadores Ultimato? São genuínas ou se confundem com os pontos acima?

Bem, antes de mais nada, vamos lembrar a suposta “inutilidade” da Capitã Marvel de Brie Larson no quarto longa da equipe:

  • Resgatar Tony Stark e Nebulosa que estavam à deriva (e sem suprimentos) no Espaço;
  • Dar duas “rápidas” surras no Thanos;
  • Destruir o armamento pesado do Titã Louco na batalha final;
  • Impedir o vilão de estalar os dedos novamente.

Não ficou satisfeito?

Então eu acho que vale lembrar que Vingadores 4 era, muito corretamente, um filme focado nos seis membros originais. Sobretudo, na conclusão dos arcos do Homem de Ferro e do Capitão América.

Logo, utilizar a heroína como a resolução de todos os problemas, sobretudo, derrotando Thanos e revertendo a dizimação, seria um erro terrível. E mais: uma grande injustiça com os heróis que acompanhamos no cinema por mais de 10 anos.

Além disso, ficou evidente que Danvers estava muito ocupada, durante todos os anos que sucederam a sua primeira aparição no MCU, defendendo o Universo como um todo. Em suma, já parou pra pensar quantas outras ameaças como Thanos podem ter sido evitadas devido à vigilância galáctica da Capitã?

Carol Danvers em Vingadores Ultimato

E o carisma de Brie Larson?

Vamos retomar um outro ponto que tem gerado polêmica junto aos fãs: a atuação de Larson. Afinal, muita gente tem afirmado que ela não tem carisma nas telonas, que a sua interpretação da personagem é carregada de arrogância, e também, que a heroína é exageradamente poderosa.

Bem, no caso dessa última crítica, acredito que a condição atual da personagem seja provisória. Isso porquê, é nítido que ela segue na forma de poderosíssima Binária.

Nesse contexto, é muito provável que no futuro os poderes dela sejam contidos de alguma forma. Ou mesmo, caso isso não aconteça, que assim como nas HQ’s ela passe a priorizar a diplomacia ao invés da porrada nas suas missões.

No que compete ao carisma da atriz e da personagem, acho que também vale gerar um pouco de polêmica aqui ao lembrar do início de alguns heróis da franquia.

Isso porquê, se bem me lembro, a figura do Tony Stark de Robert Downey Jr. nem sempre foi tão consensual quanto alguns pensam; que o Steve Rogers de Chris Evans só foi – de fato – conquistar o grande público em Capitão América: O Soldado Invernal e que o Thor de Chris Hemsworth só conseguiu sair da sombra do Loki em Thor: Ragnarok.

Ou seja, muitos dos personagens do Universo Cinematográfico Marvel demoraram algum tempo para realmente cair nas graças do povo.

A expectativa em torno da heroína

E nesse contexto, é importante destacar que a Capitã Marvel de Brie Larson foi apresentada no ápice do MCU. Logo, é permitido pensar que a personagem foi “jogada na fogueira”. Isso sem falar no fato da atriz ter gravado suas cenas para o Ultimato em 2017. Ou seja, muito tempo antes do filme solo da heroína começar a ser gravado.

Pois bem, e a expectativa gerada à partir da cena pós-créditos de Vingadores Guerra Infinita – impulsionada pelo hype em torno do possível confronto dela com Thanos no Ultimato, e, a confirmação prévia de que ela será uma das grandes lideranças no futuro da franquia, aceleraram em demasia não só a introdução como também a afirmação de Danvers no MCU.

Vers e Yon-Rogg no filme solo da heroína

Dito isto, precisamos falar do irregular filme solo da heroína. Sobretudo, devido às críticas envolvendo a atuação de Larson.

Inicialmente, quanto à personalidade “dura” de Carol, saiba que ela é exatamente daquele jeito nas HQ’s.

Nesse contexto, acredito que a futura introdução da Kamala Khan no MCU (ou melhor, da fã nº 1 da Capitã) deve “suavizar” bastante a imagem de Danvers.

Arte conceitual da Capitã Marvel

E a atuação de Brie Larson?

Quanto a atuação dela, acho bem satisfatória e condizente com a heroína que eu conheci nas HQ’s. E embora muita gente diga que ela está caricata e sem expressão no filme solo, fica a dica: assista-o novamente!

Por que fazendo isso, você notará a evolução dentro da história de uma personagem sem memórias, totalmente militarizada em uma sociedade que não estimulava a empatia, para uma mulher forte que consegue resgatar o seu legado mostrando toda a sua sensibilidade – e visceralidade – nas cenas com Mônica e Maria Rambeau.

E também, na batalha contra os Krees, ao se divertir com os seus poderes de uma forma nunca antes vista no cinema.

Por fim, fica a lição que este mesmo filme tenta apresentar:

Cair mas sempre levantar não deixando ninguém dizer o que você pode ou não fazer. Talvez, isto também encaixa-se no momento da atriz, no que compete ao papel de Capitã.

Logo, deixe-a levantar e tentar de novo. Sobretudo, não dizendo o que ela deve ou não ser ou fazer.